Como conhecer as
coisas?
Vamos refletir sobre
como aprendemos o que aprendemos? Estes dias estava em sala de aula, com mais
trinta e tantos alunos quando um me perguntou: Como o professor aprendeu tanta
coisa? Antes de respondê-lo me ative ao que ele queria saber por ?coisa?. Para
esta palavra o aluno disse, tantas informações que o professor guarda, tanto
conhecimento sobre tantos assuntos que o professor sabe.
Ai, eu mesmo me
perguntei: Como chegamos ao conhecimento das coisas? Como podemos afirmar que
conhecemos algo? Não seria estranho afirmar que conheço algo sem conhecê-lo de
fato? Para responder a estas perguntas aos alunos daquela turma e a questões
que me fiz em companhia deles chamei um mestre para nos orientar a caminhada.
Este mestre é Sócrates, filósofo que viveu na Grécia antes do nascimento de
Cristo.
Coloquei aos meus
alunos da seguinte maneira, vamos ver como esse grande filósofo acreditava que
podíamos chegar ao conhecimento das coisas. Pois acredito que a contribuição
dele seria muito interessante para entendermos como conhecemos as coisas.
Vamos ver como Sócrates
com a Ironia e a Maiêutica acreditava chegar ao conhecimento das coisas.
Sócrates foi o filósofo grego acusado de corromper a juventude e ateísmo.
Quando esteve em seu julgamento disse que a cidade tinha uma dívida para com
ele. Durante seu julgamento o acusador disse que ele era acusado de ateísmo, o
que Sócrates perguntou: ?Ateu é aqueles que não acreditam em Deus?? O acusador
consentiu que sim, que de fato, um ateu não acreditava em Deus. Sócrates
devolve a resposta com outra pergunta: ?Mas também me acusam de inserir novos
deuses?? O acusador mais uma vez consente, dizendo que ele estava realmente
fazendo isto. Mais uma vez Sócrates devolve: ?Não seria então contraditório
acusar um homem que insere novos deuses de ateu, uma vez que ele acredita em
algum Deus?? Neste momento seu acusador fica desconcertado e percebe que não
tinha conhecimento do que estava falando. Assim era utilizada a ironia, uma
ferramenta para conduzir uma pessoa ao entendimento da própria ignorância.
De uma forma similar
utilizava a maiêutica, ferramenta através da qual acreditava conduzir os homens
ao conhecimento. A partir da célebre frase ?conhece-te a ti mesmo? Sócrates
acreditava pela sequência correta de perguntas qualquer um poderia chegar ao
conhecimento. Assim comecei perguntando, quando é um, muitos mostraram um
objeto. Depois perguntei p que aconteceria se juntássemos mais um objeto ao
primeiro. Foram unânimes e dizer que teríamos dois objetos. Vejam, com as
perguntas certas levei os alunos ao conhecimento da soma.
Depois de colocar esta
posição socrática perguntei a alguns alunos se eles concordam que as verdades
veem do intelecto. Alguns concordaram e outros não. Mas não me apeguei ao fato
de o filósofo tal disse isto ou aquilo, mas ao fato de que cada um chega ao
conhecimento de uma forma. Se eu perguntasse a você, como você chega ao
conhecimento das coisas? Melhor do que isso, ela é eficaz?
Depois disto perguntei
como eles estudavam, como buscavam chegar ao conhecimento. Alguns disseram que
liam repetidamente até não esquecerem, outros disseram que faziam a mesma
coisa, mas o resultado ficava aquém do primeiro. Recomendei que tentassem lembrar
algo que aprenderam e como aprenderam. Depois vimos que quando sei como chego
ao conhecimento não preciso bater cabeça, apenas seguir a minha maneira de
aprender.
Alguns conhecem os
filmes pelas músicas, assim como há aqueles que conhecem os filmes pelo nome
dos atores. Existem ainda aqueles que conhecem os filmes pelos lugares onde
foram filmados e assim será para cada um.
Pergunte-se, como é que
você chega ao conhecimento e estará abreviando um processo que pode estar
engessado pela educação, costume, senso comum, receitas prontas.
Esse é apenas um
caminho!
Responsável - Rosemiro
A. Sefstrom
Fonte: http://www.filosofia.com.br/vi_sala.php?id=52
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