domingo, 17 de agosto de 2014

FILOSOFIA NA SALA DE AULA

Como conhecer as coisas?
        
Vamos refletir sobre como aprendemos o que aprendemos? Estes dias estava em sala de aula, com mais trinta e tantos alunos quando um me perguntou: Como o professor aprendeu tanta coisa? Antes de respondê-lo me ative ao que ele queria saber por ?coisa?. Para esta palavra o aluno disse, tantas informações que o professor guarda, tanto conhecimento sobre tantos assuntos que o professor sabe.

Ai, eu mesmo me perguntei: Como chegamos ao conhecimento das coisas? Como podemos afirmar que conhecemos algo? Não seria estranho afirmar que conheço algo sem conhecê-lo de fato? Para responder a estas perguntas aos alunos daquela turma e a questões que me fiz em companhia deles chamei um mestre para nos orientar a caminhada. Este mestre é Sócrates, filósofo que viveu na Grécia antes do nascimento de Cristo.

Coloquei aos meus alunos da seguinte maneira, vamos ver como esse grande filósofo acreditava que podíamos chegar ao conhecimento das coisas. Pois acredito que a contribuição dele seria muito interessante para entendermos como conhecemos as coisas.

Vamos ver como Sócrates com a Ironia e a Maiêutica acreditava chegar ao conhecimento das coisas. Sócrates foi o filósofo grego acusado de corromper a juventude e ateísmo. Quando esteve em seu julgamento disse que a cidade tinha uma dívida para com ele. Durante seu julgamento o acusador disse que ele era acusado de ateísmo, o que Sócrates perguntou: ?Ateu é aqueles que não acreditam em Deus?? O acusador consentiu que sim, que de fato, um ateu não acreditava em Deus. Sócrates devolve a resposta com outra pergunta: ?Mas também me acusam de inserir novos deuses?? O acusador mais uma vez consente, dizendo que ele estava realmente fazendo isto. Mais uma vez Sócrates devolve: ?Não seria então contraditório acusar um homem que insere novos deuses de ateu, uma vez que ele acredita em algum Deus?? Neste momento seu acusador fica desconcertado e percebe que não tinha conhecimento do que estava falando. Assim era utilizada a ironia, uma ferramenta para conduzir uma pessoa ao entendimento da própria ignorância.

De uma forma similar utilizava a maiêutica, ferramenta através da qual acreditava conduzir os homens ao conhecimento. A partir da célebre frase ?conhece-te a ti mesmo? Sócrates acreditava pela sequência correta de perguntas qualquer um poderia chegar ao conhecimento. Assim comecei perguntando, quando é um, muitos mostraram um objeto. Depois perguntei p que aconteceria se juntássemos mais um objeto ao primeiro. Foram unânimes e dizer que teríamos dois objetos. Vejam, com as perguntas certas levei os alunos ao conhecimento da soma.

Depois de colocar esta posição socrática perguntei a alguns alunos se eles concordam que as verdades veem do intelecto. Alguns concordaram e outros não. Mas não me apeguei ao fato de o filósofo tal disse isto ou aquilo, mas ao fato de que cada um chega ao conhecimento de uma forma. Se eu perguntasse a você, como você chega ao conhecimento das coisas? Melhor do que isso, ela é eficaz?

Depois disto perguntei como eles estudavam, como buscavam chegar ao conhecimento. Alguns disseram que liam repetidamente até não esquecerem, outros disseram que faziam a mesma coisa, mas o resultado ficava aquém do primeiro. Recomendei que tentassem lembrar algo que aprenderam e como aprenderam. Depois vimos que quando sei como chego ao conhecimento não preciso bater cabeça, apenas seguir a minha maneira de aprender.

Alguns conhecem os filmes pelas músicas, assim como há aqueles que conhecem os filmes pelo nome dos atores. Existem ainda aqueles que conhecem os filmes pelos lugares onde foram filmados e assim será para cada um.

Pergunte-se, como é que você chega ao conhecimento e estará abreviando um processo que pode estar engessado pela educação, costume, senso comum, receitas prontas.

Esse é apenas um caminho!


Responsável - Rosemiro A. Sefstrom

Fonte: http://www.filosofia.com.br/vi_sala.php?id=52

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